Co-investir com amigos ou familiares num imóvel para arrendar

Co-investir com amigos ou familiares num imóvel para arrendar: será uma boa ideia? Sem dúvida que pode ser, mas é importante ter uma ideia completa antes de se lançar de cabeça.

Neste artigo, explicaremos as muitas vantagens de investir num imóvel para arrendamento com familiares ou amigos, bem como os riscos envolvidos. No final, partilharemos as nossas melhores dicas sobre como fazer com que o investimento com pessoas conhecidas funcione como deve ser.


O investimento partilhado implica benefícios partilhados, riscos partilhados, finanças partilhadas e controlo partilhado. Quando se acrescenta a relação pessoal entre ambos, esta pode ajudar ou dificultar a situação, dependendo do grau de conhecimento mútuo.

Quais são as vantagens do co-investimento?

Há muitas vantagens em co-investir com pessoas que conhece: para si, para as suas finanças e até para os seus inquilinos, entre outras:

Aumentar o poder de compra

Quanto maior for o número de pessoas que participam numa compra para arrendamento, maior será o poder de compra. Depósitos maiores e rendimentos combinados mais elevados aumentam a sua acessibilidade e promovem um fluxo de caixa mais saudável.

De modo geral, os novos investidores podem pagar sozinhos um apartamento de uma ou duas divisões, mas a localização pode não ser a ideal. Com a família ou os amigos, é possível conseguir algo maior ou até melhor.

Por exemplo, pode comprar uma grande propriedade que pode ser convertida em alojamento privado para estudantes, ou um apartamento desejável num ponto de arrendamento de primeira classe.

Repartir os custos das despesas

Os depósitos, os honorários das agências imobiliárias, as despesas de arrendamento, a manutenção contínua, os softwares de gestão: Todas estas são despesas que os proprietários devem financiar, geralmente do seu próprio bolso. Quanto mais pessoas participarem, menos onerosos serão estes custos.

Partilhar o risco

Não são apenas os custos que são partilhados, são também os riscos. Começar a gerir uma propriedade sozinho pode ser assustador quando ainda não se tem a experiência necessária para o fazer.

Investir na área certa, gerir bem as despesas e garantir que a sua propriedade é gerida de acordo com a legislação espanhola não é um “bom ter”, é uma necessidade.

O co-investimento reparte o risco, dá-lhe um par de olhos extra na supervisão e pode até reduzir o stress da gestão diária da propriedade. Não é o único a fazê-lo, e os benefícios desse facto não podem ser subestimados.

Mais fácil de gerir

Gerir uma carteira de imóveis não é exatamente fácil (embora existam formas de o fazer mais facilmente, como a utilização de um software de gestão de arrendamentos. (Deve certificar-se de que assinalou todas as caixas importantes e guardar todos os seus registos num local seguro).

No entanto, o arrendamento com pessoas conhecidas pode ser muito mais fácil. As responsabilidades podem ser divididas de acordo com o estilo de vida de cada um e de uma forma que seja justa para todos.

Há também um elemento humano em tudo quando se investe com pessoas queridas. É possível que sejam mais compreensivos e prestáveis uns para com os outros quando lidam com um amigo ou familiar, em vez de com alguém que empregaram.

Se surgir uma situação difícil, podem unir-se e apoiarem-se mutuamente, tanto física (em termos de execução das tarefas) como emocionalmente. Tudo isto pode tornar a gestão de propriedades muito mais fácil de gerir.

Experiência agradável

Arrendar uma propriedade não é exatamente considerado um passatempo. É um trabalho que exige trabalho árduo e diligência para se certificar de que está a cumprir as regras de arrendamento.

No entanto, quando investe num imóvel para arrendar com amigos ou familiares, é um trabalho que pode ser feito com pessoas com quem sabe que se dá bem. Em comparação com um trabalho a solo ou com um parceiro de investimento com quem não se sente à vontade, está a colaborar com alguém com quem gosta de estar.

Até os seus inquilinos podem sentir-se mais confortáveis, sabendo que se trata de um negócio familiar com senhorios que gostam de lidar com eles.

Quais são os riscos do co-investimento?

É claro que o co-investimento com pessoas conhecidas também tem os seus riscos. As vantagens de conhecer as pessoas com quem se está a trabalhar podem, por vezes, funcionar contra si ou simplesmente contra os objetivos de fazer com que as coisas corram bem.

Controlo partilhado

A partilha de responsabilidades implica a partilha do controlo. Embora a primeira seja uma coisa boa, a segunda nem sempre o é. Quando todos estão no controlo, ninguém está realmente no controlo.

Tomar decisões e assinar documentos com um inquilino pode ser confuso e complicado quando não é claro quem é responsável por quê. Todos podem querer uma parte do bolo, o que pode tornar as pequenas decisões cansativas e morosas.

Ter vários senhorios também pode ser igualmente confuso para os inquilinos. Quando não sabem quem é o verdadeiro responsável, podem contactar pessoas diferentes e pequenas questões podem transformar-se em situações problemáticas.

Podem até tentar fazer jogos uns com os outros, alegando que informaram o seu co-investidor de algo que não fizeram, só para ver se se safam.

Ser pessoal

Conhecer pessoalmente os seus co-investidores é tanto uma bênção como uma maldição. Obter uma hipoteca para compra de habitação própria significa que já não são apenas amigos ou familiares. Estão financeiramente ligados por um longo período de tempo.

O historial de crédito deles pode afetar o seu e a forma como escolhe gerir o investimento pode afetar gravemente (e potencialmente de forma negativa) os seus próprios rendimentos e responsabilidades financeiras.

Manter o profissionalismo

Se fosse um gestor e os seus funcionários não estivessem a fazer bem o seu trabalho, provavelmente não ficaria satisfeito com isso. Iria detê-los e talvez até despedi-los.

Mas com pessoas que conhecemos, pode ser muito mais fácil deixar cair os padrões ou deixar passar o mau comportamento. Muitos co-investidores familiares esquecem-se que, mesmo que sejam parentes, têm de manter um nível de profissionalismo entre si.

Pode não querer ouvir que o seu co-investidor “não se dá ao trabalho” de cumprir a sua parte. Ou pode deixar passar demasiados erros sem controlo devido à relação pessoal que têm um com o outro.

Partilhar negócios com prazer

Misturar negócios com prazer coloca-o em contacto permanente com o seu familiar ou amigo. Por vezes, isto é bom. Pode reforçar a vossa relação e dar-vos uma razão para passarem mais tempo juntos, reunindo a família ou os amigos.

Mas, pelo lado negativo, pode fazer com que veja um lado diferente do seu ente querido que nunca conheceu. Por exemplo, a atitude laissez-faire da pessoa amada, que adoramos quando precisamos de um ouvido tranquilizador, pode causar-nos stress quando sentimos que ela não está a levar as coisas a sério.

Relações danificadas

Quando as coisas correm mal num investimento de compra para arrendamento (buy-to-let) com amigos ou familiares, isso pode ser prejudicial para a relação que se tem. As discussões podem surgir e causar perturbações em toda a família ou círculo de amigos.

Quando não se chega a acordo sobre uma decisão ou quando alguém pretende retirar-se do investimento prematuramente, isso pode deixar uma marca irreversível na relação.

Como reduzir os riscos quando se investe com a família ou os amigos?

Investir com amigos ou familiares não tem de ser um desastre. Pode facilmente ser a melhor coisa que alguma vez fizeram juntos. Aqui estão as nossas dicas sobre como fazer as coisas bem desde o início.

Nomear responsabilidades específicas

Existe uma solução fácil para o problema do controlo partilhado. Estabeleça limites claros desde o início e defina responsabilidades específicas para cada pessoa.

Por exemplo, designe uma pessoa para estar envolvida na ligação com os inquilinos, para que nunca haja confusão sobre a quem os inquilinos se dirigem com as suas dúvidas e preocupações gerais.

Outras áreas-chave de responsabilidade que devem ser atribuídas a cada co-investidor podem incluir coisas como:

  • Manutenção do imóvel
  • Gestão
  • Ligação com a agência de arrendamento
  • Finanças
  • Problemas de emergência e chamadas

Pode até ser uma boa ideia ter um “gestor”, por assim dizer, que supervisione tudo e verifique se as coisas foram feitas quando e como deviam ser feitas.

Chegar a acordo sobre as regras de trabalho

Embora não haja nada de errado em falar de negócios durante o almoço, as coisas podem complicar-se se as pessoas não levarem o trabalho a sério.

Chegue a acordo sobre algumas regras básicas de trabalho, tais como:

  • Quem tomará a decisão final quando não for possível chegar a acordo?
  • Como é que vão resolver os litígios?
  • O que é que vai fazer se não tiver tempo para fazer o trabalho?
  • Quem será responsável pelo seu trabalho quando estiver de férias ou doente?
  • Como é que vão comunicar uns com os outros?
  • Quais serão as consequências se um co-investidor continuar a não cumprir as suas responsabilidades? Como é que vai lidar com a questão de uma forma cordial?

Pode até querer estabelecer limites pessoais para manter a sua relação com a pessoa amada.

Por exemplo, podem combinar um jantar ou um telefonema por mês em que não falem de forma alguma sobre a compra e venda de bens imobiliários, para que esta não domine a vossa relação.

Dar prioridade a uma boa comunicação

Há uma razão para se dizer que a comunicação é fundamental nos negócios. Quando falámos anteriormente sobre o risco de os inquilinos brincarem uns com os outros, alegando que enviaram dinheiro ou documentação a outra pessoa, é preciso estar atento.

Mesmo que sejam familiares ou bons amigos, as coisas têm de ser feitas, independentemente do que se esteja a passar com ambos pessoalmente. Dê prioridade à manutenção do contacto, mesmo que não se encontrem nas melhores condições, e combine a forma como se manterão em contacto.

Pode ser útil marcar uma hora por semana para pôr a conversa em dia e rever as coisas ou ter um meio de comunicação acordado.

Criar (e chegar a acordo sobre) uma estratégia de saída

A última coisa que se quer é que a relação se desmorone porque o co-investimento chegou ao fim. Na maior parte das vezes, as discussões resumem-se ao dinheiro e à forma como as coisas serão divididas.

Antes de iniciarem o investimento em conjunto, cheguem a acordo sobre qual será a vossa estratégia de saída. Acordem tudo por escrito da forma mais clara possível e tentem aceitar a ideia de que, a longo prazo, pode não resultar.

Investir numa boa documentação jurídica

Por último, ao co-investir com pessoas que conhece, certifique-se de que possui uma boa documentação legal. Embora estas pessoas possam ser seus amigos ou familiares, não quer correr riscos quando se trata de obter a sua parte justa ou de lidar com as consequências de erros que não foram da sua responsabilidade.

Investir num bom acordo de proprietários ou de acionistas pode definir aspetos como a forma como os litígios serão resolvidos, quais são os papéis e como os seus direitos enquanto proprietário são protegidos em todas as circunstâncias. Sem uma boa documentação, pode ficar vulnerável a perder mais do que esperava.

Co-investir com amigos ou familiares num imóvel para arrendar: Perguntas frequentes

Posso comprar um imóvel para arrendar com um membro da família?

De um ponto de vista jurídico, nada o impede de comprar um imóvel para arrendamento com um familiar. É possível obter uma hipoteca com quase qualquer pessoa, desde que ambos cumpram os critérios e tenham os fundos disponíveis.

Mas é importante estar ciente dos riscos envolvidos antes de o fazer. Embora existam muitos benefícios, partilhar negócios com prazeres pode colocar uma tensão na sua relação ou danificá-la permanentemente.

É uma boa ideia investir num imóvel com um amigo?

Investir num imóvel para arrendamento com um amigo tem os seus riscos e benefícios. Conhecer a pessoa com quem se está a trabalhar a um nível íntimo pode tornar a gestão de uma propriedade mais agradável, com riscos e despesas partilhados.

No entanto, o co-investimento tem um lado negro que o pode deixar extremamente vulnerável. É necessário saber exatamente quem é a pessoa com quem está a trabalhar e qual o impacto que ter uma hipoteca com ela pode ter nas suas finanças.

Como gerir facilmente um investimento imobiliário com pessoas que conhece

Há muitas coisas que facilitam a compra de um imóvel, mas como a comunicação é tão importante quando se investe com amigos/familiares, é essencial manter bons registos.

Não se pode subestimar um software de gestão de arrendamentos que permite que todas as partes vejam o que está a acontecer, o que foi feito e o que é devido, bem como ter um espaço partilhado para toda a documentação atualizada e informações de contacto.

Co-investir com amigos ou familiares num imóvel para arrendar: A não esquecer

  • O co-investimento pode ser uma boa decisão financeira: aumenta o seu poder de compra, partilha o risco, reparte o custo das despesas e pode trazer benefícios a curto e a longo prazo.
  • Conhecer pessoalmente os seus co-investidores pode ser um fator decisivo: embora seja agradável trabalhar com pessoas conhecidas, também pode afetar as suas relações pessoais, causar divisões e torná-lo mais descontraído do que deveria.
  • Estabelecer limites profissionais de trabalho e acordar antecipadamente uma estratégia de saída é crucial para o sucesso: certifique-se de que dispõe de documentação jurídica sólida que defina os pormenores, caso aconteça o pior.
.

Os comentários estão fechados.

Descubra o nosso software de gestão de propriedades online e junte-se à nossa grande comunidade de proprietários. Uma ferramenta simples mas poderosa, usada por milhares de proprietários!

OBTENHA A SUA CONTA    GRÁTIS